A obesidade é uma doença crônica não transmissível, ou seja, não tem cura. Como qualquer outra doença crônica você, através de um tratamento, controla a doença e não manifesta seus sintomas, seja estes sintomas referentes à quilos a mais ou doenças/complicações associadas.
A obesidade no mundo é preocupante, 641 milhões de adultos no mundo são obesos (dados de 2016) e 41 milhões de crianças se encontram no sobrepeso/obesidade (dados 2014). Isso se classifica com uma pandemia. Obesidade é uma questão de saúde pública.
Contudo, a obesidade não é apenas escolhas alimentares inadequadas, mas também como se come. A obesidade está diretamente relacionada com o comportamento alimentar. O comportamento alimentar envolve não apenas a escolha do que comer, mas como a pessoa se relaciona com o alimento e o enxerga. E isto envolve muitos fatores, como socioculturais, econômicos, crenças, programação metabólica e também, em menor escala, a genética.
Por isso tratar a obesidade não é simples, se faz necessário um acompanhamento multiprofissional, para lidar com todas as questões que permeiam esta doença.
A reeducação alimentar é essencial, desmistificar a alimentação saudável, dando ferramentas para que aquela pessoa possa fazer escolhas melhores de maneira independente, trabalhar questões psicológicas em torno do alimento, respeitar padrões culturais e fatores econômicos, agregando a alimentação saudável a eles.
A obesidade precisa ser encarada como assunto sério. Não é estigma social, não é preconceito, é saúde. Por mais que agora, hoje, você não tenha desenvolvido complicações devido à obesidade, não quer dizer que um dia seu corpo não irá se manifestar. O excesso de peso sobrecarrega órgãos e funções fisiológicas. Você não precisa se encaixar no padrão de beleza, você será lindo (a) do seu jeito, mas é necessário agregar saúde, e pensar na saúde a longo prazo, como um processo.
Como o tratamento da obesidade não é algo simples que se modifica com uma dieta calculada, muitas pessoas se decepcionam e enxergam a cirurgia bariátrica como uma mágica para este problema, mas cuidado! Ela não é uma mágica e nem uma vacina contra a obesidade, é um dos tratamentos para esta situação. A cirurgia bariátrica necessita de responsabilidade e consciência, para que se tenha sucesso. Sem a mudança de hábitos e comportamento alimentar você pode resgatar todo o peso e também desenvolver outras doenças associadas à obesidade. Por isso sempre sigam o acompanhamento, tanto pré como pós cirúrgico, com a equipe multiprofissional.
Lembrem-se: alimentação saudável não é apenas a combinação entre ingredientes certos, mas também variedade, organização e planejamento, execução de preparações (quanto mais natural e caseira sua alimentação melhor) e ter controle sobre sua fome e saciedade, não usando a comida como escape de sentimentos.
Segue o link da entrevista que eu dei para o jornal Bom Dia Baixada sobre este tema, junto do médico cirurgião Joaquim Neto: Entrevista sobre alimentação saudável, obesidade e cirurgia bariátrica no Bom dia Baixada
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