Isto é mais comum do que se imagina, ainda mais frequente quando a introdução alimentar não foi realizada de maneira correta. Contudo, o que poucos sabem é que esta fase faz parte das fases de desenvolvimento da criança, entretanto não deve ser ignorada e nem por isso se torna menos importante, pois a criança ainda está construindo seu comportamento alimentar. Este acontecimento é chamado de neofobia alimentar, ou seja, aversão a introdução de alimentos novos, e ocorre normalmente na fase pré-escolar entre 1 ano e 7 anos.
Algumas dicas que podem ajudar vocês:
- Os alimentos desde sempre devem ser ofertados separadamente, e amassados no garfo quando no início da introdução alimentar, e não na forma de sopas. Isto faz com que a criança reconheça as diferentes texturas e sabores, contribuindo pro seu desenvolvimento e também repertório alimentar. É desde o primeiro dia de alimentação complementar que a criança passa a desenvolver seu comportamento alimentar. A criança precisa e deve saber que a cenoura é cenoura, brócolis é brócolis e etc...(Se der tudo batido e depois separá-los pode ser que a criança não aceite tão bem os novos sabores e texturas, por isso muitas vezes os pais falam "ele não come comida, mas fruta vai bem", pois desde o início a fruta foi amassada ou raspada e dada cada uma de uma vez);
- Não negocie com seu filho dando recompensas caso ele coma. Comer não pode ser encarado como algo ruim que precise de recompensa, muito menos como momento de angústia ou castigo. Esqueça a frase "Se você comer todo o espinafre ganha um bombom", pois além de cultivar a ideia de que o espinafre é tão ruim ao ponto de alguém só conseguir come-lo se for recompensado depois, você estará contribuindo negativamente no desenvolvimento do comportamento alimentar do filho nos anos posteriores;
- Não use de violência ou nervosismo na hora das refeições por mais que seja difícil, isso só o deixará mais nervoso, com menos vontade de comer e de novo enxergará a comida como algo negativo e dificilmente este fato consegue ser revertido. A criança pegará aversão permanente em relação a determinados alimentos;
- Não obrigue a criança a comer tudo "só sai da mesa quando a comida acabar". Isto é um grande erro! A criança deve aprender o estímulo de fome e de saciedade. Fazendo isto além de deixar o momento da refeição como um momento de tensão você estará obrigando seu filho a comer algo que ele não precisa, talvez além de suas necessidades e indiretamente o tornando um adulto que não tem noção de saciedade e de quanto é seu limite, podendo desenvolver até distúrbios de compulsão alimentar (Quem nunca escutou um adulto dizer que não tem noção de quanto é seu limite, ou que quando compra um pacote de bolacha mesmo já saciado tem que ver a última ir embora, ou quando a travessa está na mesa se sente incomodado de não vê-la vazia?);
- Estudos comprovam que um alimento passa a se tornar parte do hábito alimentar da criança após ser ofertado de 08 a 15 vezes, ou seja, não desista na segunda ou terceira vez. É tudo muito novo pra seu filho... Persista, com paciência;
- Permita que seu filho brinque com o alimento, coma sozinho se ele quiser, pegue com a mão, veja aquilo como algo divertido e prazeroso;
- Mude a apresentação do prato, torne-o mais atrativo;
- Dê o exemplo! Não adianta querer que seu filho coma salada, legumes e frutas se você não come e pior os troca por salgadinho, bolachas e refrigerantes;
- Rotina é algo importante, crie horários
- E não caia na cilada "meu filho não come nada, não quer almoçar então deixo ele tomar um copo de achocolatado ou uma bolacha, porque pelo menos ele ta alimentado". Crianças são espertinhas e vão saber que não precisam comer, pois logo terá a atenção e preocupação dos pais que o deixarão comer o que quiserem e quando quiserem. Se não quer comer banana hoje, ok, troque por outra fruta e não por biscoito.;
- Já nascemos com predileção ao doce, se você oferecer alimentos ricos em açúcar desde cedo dificilmente eles aceitaram o amargo e o azedinho, como algumas frutas e verduras, tão facilmente.
Lembrando que isto são dicas. Procure profissionais para auxiliá-los e acompanhá-los melhor nestes casos.
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